Especialistas explicam vantagens da educação bilíngue para as crianças

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Aos dois anos, Camila ainda está aprendendo a sua língua materna, mas já entende tudo que a professora lhe pede em inglês e até arrisca algumas palavras. A menina estuda na Maple Bear Alto de Pinheiros, uma das 180 escolas brasileiras de ensino bilíngue.

Especialistas são unânimes em dizer que a infância é o melhor período para se aprender uma segunda língua. “Na infância o cérebro se desenvolve numa velocidade impressionante. A inserção de estímulos ambientais nessa fase amplia as conexões neuronais facilitando o aprendizado”, explica a psicóloga Daniela Moura. Para ela quanto mais cedo começar o aprendizado melhor, pois a criança terá menos chances de adquirir sotaque do idioma que estuda.

O melhor jeito de aprender é como se fosse uma brincadeira, sem pressão e cobranças. Na escola canadense, a comunicação é totalmente em inglês, em processo de imersão. “O aluno adquire fluência em inglês de forma natural. A língua é utilizada na vida diária da criança, em atividades interessantes e motivadoras como brincar, cantar e desenhar”, explica Andrea Romio, diretora da Maple Bear Canadian School Alto de Pinheiros, em São Paulo.

Uma pesquisa do Instituto de Psicologia da USP analisou a influência do bilinguismo precoce sobre o desenvolvimento cognitivo de crianças. A psicóloga Elizabete Flory, em sua tese de doutorado, pesquisou as vantagens e desvantagens do bilinguismo infantil a partir da teoria da equilibração do psicólogo suíço Jean Piaget.

Segundo ela foi verificado nas pesquisas que a criança bilíngue, pode intensificar o controle inibitório. “Essa habilidade nos auxilia quando temos estímulos conflitantes e precisamos nos focar em apenas um deles”,explica.

Pesquisa mostra melhora na memória e na atenção

Um recente estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Granada, na Espanha, indica que o bilinguismo ajuda na memória e na atenção. Segundo os pesquisadores, saber dois idiomas possui mais vantagens do que apenas a facilidade em comunicar-se.

A pesquisa foi coordenada pelos professores Teresa Bajo e Pedro Molina Macizo Soria. Grupos de pessoas bilíngues realizaram uma série de provas, como nomear desenhos em diferentes idiomas, ler e traduzir frases, nas quais se mediu o tempo de resposta e a atividade cerebral.

Os resultados do estudo mostram que um bilíngue ativa as duas línguas simultaneamente, mesmo quando confrontados com uma situação em que apenas um dos idiomas é exigido.

O estudo acrescenta ainda que os bilíngues utilizam mecanismos de atenção muito mais vezes do que os monolíngues e são capazes de trabalhar melhor em situações de tomada de decisão e em situações de distração.

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