Como “falam” as graduações

digitalizar0037por BRUNA VARGAS bruna.vargas@zerohora.com.br

Que a globalização encolheu – e muito – o mundo que seus avós conheceram, não se discute. O maior reflexo desse contexto no mercado de trabalho pode soar novidade: ter um segundo idioma já não é mais um diferencial para quem vai cursar uma graduação. É regra e, em pouco tempo, deve se tornar tão básico para a formação quanto a tabuada.
Diretor da Escola de Engenharia da UFRGS, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, explica que a necessidade de dominar outro idioma vai além do acesso a uma boa colocação no mercado de trabalho. O inglês, segundo ele, é a língua da ciência, o que torna o conhecimento do idioma importante na graduação.

– (Saber inglês) é indispensável. É a língua na qual se publicam as coisas mais atuais, onde os pesquisadores se encontram. Quem não sabe terá dificuldade para acessar as publicações científicas – diz.
O domínio de inglês permite, inclusive, que o estudante acesse conteúdos de universidades renomadas de graça, e sem sair de casa. Nos últimos anos, instituições como Harvard e o MIT têm disponibilizado cursos online gratuitos nesse idioma.

Já quem pretende seguir na carreira acadêmica não tem escolha: ter proficiência em um segundo idioma é obrigatório na pós-graduação. Isso porque os diplomas de mestrado e doutorado só são concedidos a quem tem bom conhecimento em uma segunda língua.

Aprender nunca é demais, mas, quando o assunto é idiomas, desbravar múltiplas fronteiras pode ser ainda melhor. Coordenadora do MBA em gestão de Recursos Humanos da Unisinos, Elenise Martins da Rocha alerta que, diante da “normalização” do inglês como pré-requisito, bons conhecimentos em um terceiro idioma têm sido mais valorizados.
– Como o inglês é mais comum, saber outro idioma, como o espanhol, tornou-se um diferencial. Hoje, menos de 10%
dos brasileiros têm fluência em duas línguas além do português – diz.

GANHO PESSOAL

Mais do que se dar bem na faculdade ou conseguir um bom emprego, o aprendizado de novas línguas propicia crescimento pessoal. Coordenador do curso de Filosofia da Unisinos, Clóvis Vitor Gedrat explica que saber um outro idioma ajuda a compreender como outros povos enxergam o mundo:

– É o que chamamos de cosmo-visão. Deixa o horizonte muito mais aberto, e é importante, principalmente, para quem quer ser professor. Por isso, tentamos incentivar os alunos a buscarem ler os autores em seu idioma original. Traz um ganho muito grande.

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