Hábitos de Turismo na Terceira Idade

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Os consumidores da terceira idade representam hoje 14% da população brasileira e são responsáveis por cerca de R$ 2,4 bilhões de renda própria. Mas o que eles buscam?

Uma pesquisa divulgada pela Quorum Brasil e realizada com homens e mulheres de 60 a 75 anos afirma que 58% dos entrevistados desejam viajar pelo país.

Entre os outros planos dos entrevistados, a pesquisa constatou que 33% desejam andar de moto, saltar de paraquedas, passear de balão, andar de lancha e pilotar avião.

Os outros 9% tem planos de comprar um carro, uma casa na praia, uma casa no campo, encontrar um namorado novo ou gravar um CD.

Em contraste com estes números, está o investimento de renda da chamada terceira idade, que destina apenas 4% do dinheiro que recebem para o lazer. De acordo ainda com a pesquisa, um total de 34%, ou seja, a maioria da renda é gasta com moradia, água, luz, telefone e gás.

Os remédios vem em segundo lugar, à frente da alimentação, que aparecem com 24% e 22% dos investimentos, respectivamente.

De acordo com especialistas de mercado, para que o público mais velho entre de vez e com uma boa participação no mercado turístico, algumas mudanças devem ser feitas. Entre elas, planos diferenciados para a terceira idade, custos menores de passagem e impostos reduzidos.

Dados da pesquisa apontam ainda que grande parte dos entrevistados sente falta de produtos adequados ao seu estilo. Um dos exemplos está na indústria alimentícia. Entre os pesquisados, 71% diz que não encontra alimentos adequados.

O setor vestuário também está entre as reclamações dos entrevistados e 42% das pessoas dizem que não encontram roupas adequadas ao seu estilo de vida.

Ainda dentro do segmento turístico, mais de dois terços dos entrevistados criticaram os hotéis. Entre as reclamações, estavam a falta de banheiros adaptados para a segurança, tapetes no chão dificultando o tráfego, e a falta de elevadores.

A pesquisa concluiu que os entrevistados representam uma grande parcela da economia brasileira. Além do alto consumo, os dados apontam que 64% da categoria compra pela qualidade e não pelo preço.

O turista idoso

A pesquisa “Hábitos de Turismo na Terceira Idade”, realizada pelo PROVAR/FIA (Programa de Administração de Varejo, da Fundação Instituto de Administração), em parceria com o IBEVAR (Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo), traça o perfil, preferências e dificuldades dos turistas da terceira idade e constata que 68,7% deles prefere viajar pelo Brasil.

Ao todo, foram entrevistados 384 idosos, das classes A e B, residentes na cidade de São Paulo. Desse total, 32,9% viajam de duas a três vezes por ano, e 46,7% permanecem menos de 7 dias no local escolhido.

Dentro do perfil dos viajantes da terceira idade, 43,1% exerce “Atividades diversas”, os “Aposentados” somam 41,8% e os “Do lar” totalizam 15,1%. As viagens mais feitas são a lazer, um índice de 96,5%. Em relação às principais causas de motivação para as viagens estão: “Convívio com a família” (53,3%), “Férias” (44,0%), “Recreação – Entretenimento” (32,0%) e “Fazer novas amizades” (28,8%). Já as pessoas que informaram viajar a trabalho e as que não costumam viajar, são 8,8% e 1,8%, respectivamente.

Preferências deste consumidor

Sobre as escolhas deste público, foram apuradas as seguintes vertentes:

  • 68,7% preferem fazer viagens pelo Brasil, ante 31,3% que informaram ter viagens ao exterior como foco;
  • 61,4% gostam de viajar fora das férias escolares, 23,4% em feriados prolongados e 15,2% no período de férias escolares;
  • 58,6% optam por viagens do tipo “Turismo histórico”, 56,6% “Recreação e entretenimento”, 14,8% “Turismo religioso” e 5,2% “Turismo de saúde”;
  • 54,0% escolhem suas viagens por meio de agente; 49,7% informações de parentes e amigos, 28,4% anúncios de jornais, 23,9% internet, 14,8% programa de televisão
  • especializado em viagens e 3,5% de outras formas;
  • 46,9% gostam de viajar para áreas serranas – montanhas, 45,8% para praias em geral, 35,9% para áreas rurais – hotéis fazenda, 30,2% para cidades culturais – históricas, 28,4% para resorts, 21,9% para estâncias hidrominerais – terapêuticas, 14,3% para lugares com neve, 8,9% para reservas ambientais – ecológicas e 2,3% para outras localidades;
  • 72,4% preferem viajar por meio aéreo, 17,2% por transporte rodoviário, 6,1% por transporte marítimo e 4,3% por transporte próprio; e
  • 71,2% tem interesse em viajar com grupos de idades diferentes, contra 28,8% que preferem fazer viagens com pessoas da mesma faixa etária.

Outro destaque importante da pesquisa revela o que esses idosos gostariam que as agências de viagens oferecessem e o resultado foi o seguinte:

  • Check-in antecipado para evitar filas – 54,4%;
  • atendimento personalizado – 31,0%;
  • serviços especializados durante a viagem (enfermagem, cadeira de rodas, etc.) – 29,7%;
  • descrição fácil e transparente dos serviços e produtos –  22,9%;
  • diversificação das opções oferecidas de serviços e produtos – 22,1%;
  • preferência de assentos e tipos de alimentação nos aviões – 19,3%;
  • ter uma ficha médica com todos os remédios que o idoso usa – 18,8%;
  • seguro viagem – 18,2%;
  • outras – 0,5%.

Dificuldades

Outro aspecto levantado no estudo informa sobre as dificuldades encontradas por este público, dentre elas estão:

Alimentação

  • 37,8% Alimentação especial para hipertenso, diabéticos, etc.
  • 33,0% Não encontraram dificuldades neste aspecto.
  • 24,7% Cardápios mais leves (sopas, canjas, caldos, etc).
  • 20,6% Possibilidade para realizar o próprio cardápio.
  • 18,0% Alimentação própria para regime.
  • 16,9% Fila nos buffets.
  • 1,3% Outras dificuldades.

Hospeda/gem

  • 33,1% Não encontraram dificuldade nas instalações e atividades dos hotéis.
  • 31,3% Encontrar assessoria especializada para atender diferentes classes etárias.
  • 23,7% Banheiros sem apoio.
  • 20,8% Escadarias – falta de rampas.
  • 19,5% Falta de atividades esportivas.
  • 15,1% Falta de corrimão.
  • 11,7% Falta de espaço saúde & corpo (sala de ginástica).
  • 11,7% Pisos escorregadios.
  • 7,3% Falta de infraestrutura de informática.
  • 5,2% Falta de recreação.

“Esta é uma população crescente em todo mundo, afinal, somente no Brasil, temos mais de 20 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, ou seja, 9,26% de toda a população do país e, este público, que investe em viagens a lazer, tem algumas peculiaridades que devem ser verificadas para a melhoria dos serviços prestados”, conclui o professor doutor Claudio Felisoni, autor do estudo e presidente do conselho do PROVAR/FIA.

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